Advertências Contra o Adultério
Texto Áureo: Pv. 5.15,18 – Leitura Bíblica: Pv. 5.1-6
INTRODUÇÃO
Uma das áreas que os autores de Provérbios apresentam bons conselhos é a da sexualidade humana. Temas variados são destacados pelos sábios, a fim de que os ouvintes não se deixem enganar pelos discursos enganadores. O adultério é frontalmente criticado nos Provérbios, em defesa de uma sexualidade sadia, pautada nas orientações divinas. Na aula de hoje trataremos a esse respeito, ressaltando, ao final, a cosmovisão cristã sobre a sexualidade, mostrando que essa pode ser desfrutada dentro do casamento.
1. A
SEXUALIDADE EM PROVÉRBIOS
O livro sapiencial de
Provérbios está repleto de alusões à sexualidade, sempre com o objetivo de
manter a fidelidade no casamento. Os sábios se referem à esposa, como um
manancial, uma fonte ou uma cisterna, na qual o homem pode saciar sua sede (Pv.
5.12-21). A orientação dos pensadores é com o intuito de que os jovens fujam da
tentação (II Tm. 2.22). O envolvimento ilícito fora do casamento é reprovado,
na medida em que o deleite conjugal é motivado no casamento. Ao invés de buscar
aventurar-se fora do enlace matrimonial, os cônjuges devem desfrutar do prazer
sexual dentro do casamento. Os textos de Provérbios ecoam as diretrizes da
Torah, a fim de que as pessoas não cometam adultério (Ex. 20.14). O sábio está
consciente dos apelos da juventude, bem como das atrações do pecado sexual. Ele
recorre à metáfora do alimento roubado como atiçamento (Pv. 9.17). Mas as
consequências do adultério são drásticas, o adultério é comparado a uma cova
profunda (Pv. 23.27). Um dos principais problemas dos pecados sexuais é que as
pessoas não medem as implicações. Há aqueles que, diferentemente de José (Gn.
39.1-12), que fugiu do pecado, preferem entregarem-se à tentação. O rei Davi é
um exemplo bíblico que não deve ser imitado nesse particular, ele cedeu ao
olhar da concupiscência, e caiu no pecado do adultério (II Sm. 11.1-5). Muitos
estão fazendo o mesmo, os líderes eclesiásticos têm testemunhado essa
realidade. A sociedade na qual vivemos é extremamente sexualizada, a mídia
explora o corpo como um mero instrumento de satisfação dos desejos. Muitos
cristãos estão sendo cooptados pelos valores deturpados a respeito da
sexualidade humana. Os seguidores de Freud têm reduzido à sexualidade a um mero
instinto animalesco. Por causa disso, cada vez mais as pessoas estão se
entregando irresponsavelmente à concupiscência.
2. AS
CONSEQUÊNCIAS DO ADULTÉRIO EM PROVÉRBIOS
No livro de Provérbios, o
adultério é perigoso porque traz consequências destrutivas para as vidas das
pessoas envolvidas (Pv. 5.4-6), pois o adúltero morre por falta de disciplina
(Pv. 5.23), ele destrói a si mesmo (Pv. 6.32), e segue como um boi ao matadouro
(Pv. 7.22,23). Esses conselhos antecipam as palavras de Paulo, a fim de que os
crentes fujam da imoralidade sexual, e para que vivam em santidade (I Ts. 4.7;
5.22). Quando não atentamos para essas instruções, findamos no caminho da
ruína, em tristeza e culpa (Pv. 5.11-14). Aquelas pessoas que entram pelo
caminho enganoso do adultério convivem com o sentimento de culpa. Essa é uma
situação de condenação, que macula um dos princípios fundamentais do
relacionamento conjugal: a transparência. Adão e Eva, no ato conjugal, estavam
nus, e não se envergonhavam (Gn. 2.25), isso traz uma simbologia, a do pacto
entre marido e mulher na sexualidade. Quando essa aliança é quebrada, através
do adultério, a parte traidora rompe com esse princípio (I Co. 6.13-20). O
resultado é a culpa, que persegue, essa pode ser negada, mas virá através de
pesadelos, preocupações, entre outros sentimentos negativos. Não há outra
saída, senão a da confissão, ainda que seja doloroso, é o primeiro passo para o
arrependimento (Pv. 28.13; I Jo. 1.9). Se esse passo não for dado, o casamento
tenderá a ruina, marido e mulher se afastarão ao longo do tempo, o interesse
sexual entre ambos arrefecerá, os filhos ficarão com o legado das
escolhas equivocadas. Isso acontece porque o adultério, como todo pecado, não
fica impune, por isso se aplica a advertência bíblica: o que o homem plantar,
isso também ceifará (Gl. 6.7,8). O pecado pode ser aprazível enquanto
dura, pode ser agradável à natureza pecaminosa, mas nunca sai barato, pode
levar a ruina também financeira. Muitos casamentos se desfizeram porque um dos
cônjuges, ao invés de investir na família, preferiu gastar seu dinheiro em
experiências extraconjugais. A esse respeito o sábio indaga: “pode alguém tomar
fogo no seio, sem queimar as suas vestes?” (Pv. 6.27). O adultério pode
resultar em tormento mental, por suspeitar que alguém saiba da sua condição,
que pode levar a doenças físicas, de ordem psicossomáticas, e espirituais, como
o distanciamento progressivo da presença de Deus. É preciso seguir o exemplo
positivo de Davi, confessar o pecado, reconhecer seus males, e se voltar para o
Senhor (Sl. 51).
3. ORIENTAÇÕES
CRISTÃS CONTRA O ADULTÉRIO
Conforme destacamos acima, o
arrependimento, demonstrado em confissão, é o ponto de partida para o restabelecimento espiritual (Tg. 5.16). Mas somente isso não é suficiente, é
preciso também resgatar o pacto com o cônjuge, reatando os laços conjugais (Ml.
2.14,15). Os elos com a outra pessoa envolvida devem ser quebrados. Nessa era
de redes sociais, é recomendável o afastamento de possibilidades de contato com
pessoas que possam levar ao adultério. Colocar a mente nas coisas que são de
cima, em tudo que é nobre, correto, puro, amável, admirável, excelente, digno
de louvor contribui bastante (Fp. 4.8). A maturidade sexual é alcançada quando
os cônjuges são capazes de diferenciar amor de lascívia. Nem todos são capazes de
fazer essa distinção, fundamental para a vida conjugal. Há homens que se
entregam a qualquer oportunidade aventureira que se apresenta. O amor, construído ao longo de
uma vida, é descartado por causa de uma paixão passageira. O amor é um verbo, e toma tempo, trata-se de
uma decisão, exige sacrifício (Ef. 5.25). Se as pessoas calculassem os custos
do adultério, certamente fugiriam dele, pois as consequências são destruidoras
(Pv. 6.32). É necessário também fazer a distinção entre remorso e
arrependimento. Nem sempre a pessoa confessa porque está arrependida, pode ser
um ato de remorso, que infelizmente não conduz à salvação (II Co. 7.10). O
arrependimento é acompanhado de atitudes de resistência ao pecado (Mt. 26.41).
O índice de crentes que se envolvem no pecado do adultério tem aumentado
consideravelmente nesses últimos anos. As redes sociais têm contribuído para a
incidência desse tipo de pecado nas igrejas. Recomenda-se o uso cuidadoso
dessas mídias, fugindo da pornografia, que pode motivar às práticas
aventureiras fora do casamento.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Ao longo da Bíblia nos deparamos com várias advertências quanto aos perigos e as consequências do adultério. O livro de Provérbios apresenta muitos conselhos a esse respeito que precisam ser considerados. Os cristãos foram criados para a sexualidade, mas nem tudo que é aprovado pela sociedade é lícito (I Co. 6.12-18). Em Provérbios o sexo é comparado a um manancial (Pv. 5.18,19), por isso pode ser usufruído dentro do casamento (Hb. 13.14), respeitando a dignidade dos cônjuges, e fundamentado na Palavra de Deus (Pv. 6.20-24).
BIBLIOGRAFIA
ELLIS, E. P. Os Provérbios de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
ORTLUND JR. R. C. Proverbs: wisdom that works. Illinois: Crossway, 2012.
Autor: Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Texto extraído do site: EstudosGospel.Com.BR
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