"Mantive meus olhos em Deus" - Casamento Restaurado!
Nos casamos bem jovens, eu tinha 20 anos e meu esposo 25. Não tínhamos
absolutamente nada que havia sido comprado com o nosso próprio dinheiro,
todos os móveis e eletrodomésticos da casa foram presente de casamento.
Morávamos de aluguel, não tínhamos nenhum veículo para locomoção e na
época ganhávamos muito pouco em nosso trabalho. No início do casamento,
nós dois fazíamos faculdade e trabalhávamos muito, quase não nos víamos,
pois eu estudava de manhã e trabalhava a tarde e ele trabalhava o dia
todo e estudava a noite.
O tempo foi passando e essa situação nunca se resolveu, tínhamos um
enorme problema que era a falta de tempo para nos dedicarmos ao nosso
casamento. Com a falta de tempo, também vieram os problemas de
comunicação. Era como se fossemos duas pessoas completamente estranhas,
vivendo em mundos diferentes que dividiam as despesas e dormiam
esporadicamente juntos na mesma casa.
Fomos melhorando nossa situação financeira, terminamos a faculdade e
encontramos empregos melhores. Meu marido começou a trabalhar em uma
multinacional no período da noite, então foram muitas, muitas noites
dormindo sozinha e os problemas nunca se resolviam. Tínhamos problemas
sexuais, pois eu não conseguia me relacionar totalmente com ele. Como
sempre fui muito tímida, nunca consegui procurar ajuda de um
especialista que pudesse me orientar. Os problemas com comunicação
sempre existiram. Ele sempre gostava de discutir, de falar, de gritar.
Ele era impulsivo, falava o que viesse a mente sem se importar com o
peso das palavras e eu sempre ficava quieta, não conseguia esboçar uma
reação, e isso o deixava ainda com mais raiva. Ele queria que eu falasse
e discutisse também e eu não conseguia. Em cada discussão, as palavras
que ele me dizia iam criando raízes dentro de mim e eu ia me afastando
cada vez mais. Confesso que eu era fria, distante, péssima dona de casa,
não era uma mulher de verdade, quem dirá, uma mulher segundo o coração
de Deus. Sempre fui muito ativa na igreja, participava de muita coisa e,
por isso, estava sempre fora. Isso também era motivo de muitas brigas e
discussão entre nós.
Conseguimos comprar nossa casa e o primeiro carro. Nessa época eu
trabalhava em dois empregos. Trabalhava das 06:30 da manhã às 19:00,
20:00, sem intervalo. Trabalhei muito, vivendo essa rotina por dois
anos. Com isso, não tinha tempo para cuidar de casa e dedicar ao meu
casamento, pois sempre chegava cansada e com sono, não conseguia fazer
nada. Nessa época, já estávamos casados há 8 anos. Meu marido sempre
sonhou em ter filhos e sempre adiávamos devido a situação financeira ou
por causa da faculdade ou trabalho. Isso também era um problema para
nós. Meu marido começou a dar aulas de personal trainer. Foi nesse
ambiente que ele reencontrou uma colega de faculdade e iniciaram um
relacionamento.
Eu percebi quase que instantaneamente que havia algo errado. Ele mudou.
Ficou distante, não olhava nos meus olhos. Brigava por qualquer coisa,
por menor que fosse e sempre tocava no assunto do divórcio comigo. Todas
as nossas conversas terminavam com ele sugerindo o divórcio. Ele ficou
frio. Ele parou de tomar Santa Ceia na igreja e aos poucos parou de
frequenta-la. Saia sempre com as “amigas” novas e eu sempre estava
sozinha. Só via as fotos dos lugares que ele ia com as pessoas, pessoas
que eu nem sabia quem eram. Era como se ele tivesse criado um mundo para
ele e eu não pertencesse a esse mundo. Ninguém sabia que eu existia.
Imagino que sequer aquelas mulheres sabiam que ele era casado.
No meu trabalho tenho uma amiga que também é cristã, eu expus minha
situação para ela e ela entrou em concordância de orarmos e, se houvesse
algo, Deus iria nos revelar. Menos de quinze dias depois, eu estava em
casa e tive um sonho onde via eu e outra mulher grávida e um médico
mostrando um raio X e nos dizia: “Existe uma mancha muito grande
(apontando para a região do coração)”. Nesse mesmo dia, no horário de
almoço meu marido me chamou e me contou tudo. Ele estava saindo com uma
mulher, estava gostando dela e queria saber se já podíamos nos
divorciar. Foram dias terríveis. Estava decidido pelo divórcio. Tentamos
uma reconciliação que não durou mais que uma semana. Até que ele me
contou que a OM estava grávida.
Meu mundo acabou, era como se outra pessoa estivesse vivendo a minha
vida, meus sonhos, planos, o meu futuro. Isso me destruiu como mulher.
Perdi 10 KG em dois meses. Eu só conseguia forças para ir ao trabalho e
nada mais. Ele não chegou a sair de casa. Como ele trabalhava a noite,
ele ficava na casa durante o dia e quando eu chegava ele já havia saído e
assim nos víamos pouco. Eu nunca mandei ele ir embora de casa, pelo
contrário, continuei lavando suas roupas e organizando tudo. Eu sofri
muito,… pouquíssimas pessoas sabiam da minha situação. Ele não queria
mais saber do nosso casamento.
Então, em uma noite de sábado que eu nunca me esqueço, eu estava
desesperada, e orei muito a Deus por uma resposta, não sabia o que
fazer. Foi quando liguei meu computador e Deus me direcionou ao livro
"Como Deus pode e vai restaurar seu casamento". Baixei o livro e comecei
a ler naquela mesma noite e, o que mais me chamou atenção no livro e me
marcou foi o versículo “Aquietai-vos e sabeis que eu sou Deus”. Quando
li esse versículo foi como se o próprio Deus estivesse me dizendo: -
Pare de chorar. Eu sou Deus. Confie. Não há nada impossível para mim.
Lendo aquele primeiro capítulo, foi como se uma luz, um fio de esperança
brotasse dentro do meu coração pela primeira vez.
No primeiro capítulo do livro onde Erin expõe situações mais práticas,
percebi que estava fazendo tudo ao contrário do que deveria. Parei de
ligar, de mandar mensagem, de implorar, de falar, parei com tudo o que
estava fazendo para tentar chamar a atenção dele. Continuei lendo o
livro e Deus começou a me mostrar como eu era a única culpada por toda
aquela situação. Ai começou o meu processo de cura. Percebi que era
contenciosa, fria, distante, que nunca havia sido uma mulher de verdade,
que fui a mais tola de todas as tolas. Eu destruí a minha casa com as
minhas próprias mãos. Percebi que eu não sabia absolutamente nada sobre o
que Deus queria de mim como mulher, muito menos o que Deus espera de
uma esposa.
Eu sempre fui a favor do divórcio. Até falava para o meu marido que,
quando não desse mais para um de nós dois, que fossemos sinceros um com o
outro, pois ninguém era obrigado a conviver com ninguém. Sempre falava
que jamais perdoaria uma traição, que ia ser divórcio instantaneamente.
Creio que o primeiro milagre de Deus na minha vida foi Ele enraizar
dentro de mim a verdade de que Ele “odeia o divórcio” e em hipótese
alguma, incluindo o adultério, ele concordaria com essa saída.
Deus foi me transformando, limpando e curando meu coração, cuidando de
mim. Eu O buscava de dia e de noite. Meditava o tempo todo na palavra.
Foi Deus quem me manteve de pé. Era por Ele que eu dormia, por Ele que
eu acordava. Era por Ele que eu tinha um motivo para querer viver mais
um dia. E Ele sempre cuidou de mim com muita paciência. Todo dia uma
nova ferida se abria e sangrava e Ele vinha com todo amor que só Ele tem
por mim e trazia a cura.
Embora não tivesse perdido nada materialmente, além do meu marido
terreno, carro, casa, bom emprego, boas roupas, comida, nada daquilo
fazia sentido para mim. Dentro de mim eu tinha perdido absolutamente
tudo e só tinha o Senhor e nada mais. Eu O busquei como nunca. Foram
longos períodos de jejum e consagração, e a cada dia eu me aproximava
mais do Senhor e Ele me transformava. Foi tão lindo, vivi momentos de
intimidade com o Senhor em poucos meses que jamais havia vivido em 15
anos na minha caminhada cristã.
Nesse meio tempo, Deus foi tocando no coração do meu esposo. Ele foi se
aproximando de mim. Eu nunca brigava com ele, nunca discutia. Continuei
com as minhas obrigações dentro de casa como se nada estivesse
acontecendo. Nas folgas que ele tinha do trabalho e aos sábados e
domingos ele sempre estava com a OM, embora não tivesse saído de casa.
Desde que tudo isso começou, mantivemos a intimidade. No começo não
sabia se estava fazendo certo ou não, mas Deus me revelou que eu não
estava em pecado em manter intimidade com meu marido, pois continuávamos
casados legalmente. Na verdade depois que isso tudo começou,
mantínhamos mais intimidade que antes. Eu não entendia, pois como um
homem com uma OM, ou seja, ‘novidade’, vai ter tanto interesse na esposa
de anos. Ter intimidade ajudou na nossa reaproximação, além é claro do
fato, de eu permanecer calada. O Senhor fez um milagre em nós dois.
O princípio que o nosso Amado é um marido ciumento e que Ele não nos
divide com ninguém e que deve ser dele o primeiro lugar em nossa vida e
coração. O principio de “deixar ir” meu MT, o princípio de “deixar ir” a
minha igreja (confesso que foi uma das coisas mais dolorosas e difíceis
para mim), o principio da submissão e da obediência.
O principio de não comentar minha situação com ninguém (as pessoas,
inclusive da minha família não sabiam nada a este respeito, muitos
ficaram sabendo por ver meu MT e a OM em locais públicos, mas nunca abri
minha boca para denegrir ou expor a minha situação, exceto para três
amigas de confiança, que também só falava o necessário e recebia ajuda
em oração).
O principio de excluir todas as redes sociais, para mim esse foi um dos
melhores. Fiquei sabendo depois de um tempo que a OM fazia questão de
postar fotos, falar da gravidez e de como ela estava feliz e amando meu
MT, então, o fato de eu não poder ver nem ter acesso a esses conteúdos
foi ótimo para mim. Enfim, foram muitas lições. Aprendi coisas que irei
levar para o resto da minha vida.
Quando meu esposo me contou que a OM estava grávida, por um instante
pensei que era a sentença final para o meu casamento. Eu não tinha
filhos, porque ele ficaria comigo e não com ela? Estava acabado. Mas o
Senhor me dizia: Não há nada impossível para mim. Quando meu esposo
dizia que queria tentar com a OM, mesmo que fosse para ele quebrar a
cara; quando as outras pessoas viam os dois juntos fazendo passeios e se
divertindo, coisa que não fazíamos há muito tempo, pois ele nunca
estava disposto.
Quando ele mantinha intimidade comigo e saia correndo para se encontrar
com a OM (muitas vezes me senti descartável). Quando meu marido terreno
me propôs que voltássemos, mas que ninguém poderia saber pois ele não
queria magoar a OM, pois ele pensava que poderia fazer mal para o bebê
(ficamos uns quatro meses nessa situação); quando meu marido terreno
falava que se Deus havia permitido que a OM ficasse grávida e eu, mesmo
depois de tanto tempo sem tomar remédio (quase um ano) não, era porque
talvez fosse a vontade de Deus que ele ficasse com ela e que eu seguisse
minha vida.
Quando estava sozinha, sem amigos, família, igreja, sem ninguém, o
Senhor sempre me ouvia e colhia minhas lágrimas. Meu Marido Celestial
nunca me abandonou, nunca perdeu a paciência. Quando eu errava Ele
estava ali para me perdoar e me dar uma segunda chance. Ele sempre
estava de braços abertos, sorrindo, com seu infinito amor para me
acolher.
Quando “deixei ir” meu esposo, parei com toda discussão, com toda
argumentação. Quando ele me procurou para propor a nossa reconciliação,
eu disse que aceitaria e ajudaria a criar a filha dele. Disse a ele que
eu iria orar a Deus para que ele me desse a capacidade de amar essa
criança como se fosse minha própria filha, como se tivesse saído de
dentro de mim. E eu realmente fiz isso, orei muito e pedi muito a Deus
para me dar a capacidade de amá-la e, agora que ela é uma realidade,
continuo buscando por ama-la incondicionalmente. Não quero olhar para
ela e reviver toda a dor da traição e sim, ver que aquela criança veio
ao mundo para mudar as nossas vidas.
Meu esposo nunca chegou a sair de casa, embora estivesse assumidamente
com a OM. No começo ele criou uma espécie de redoma de ódio contra mim
para se justificar e me culpar por tudo que tinha acontecido, inclusive,
falando para todos que a culpa de tudo era minha. Como aprendi o
princípio de me calar para todas as coisas, de ser submissa, de assim
como Jesus, dar a outra face, aquela barreira de ódio foi se
desmanchando. Ele não entendia porque eu continuava fazendo tudo para
ele, lavando e organizando suas roupas, fazendo as refeições e o
tratando com respeito e muito bem, todas as vezes que nos víamos. Ele
acabou voltando a ter confiança em mim. Em alguns momentos até
confidenciava algumas coisas do relacionamento adultero. Creio que o
fato de mantermos a intimidade durante todo esse tempo também ajudou
bastante, pois mantivemos um vínculo físico e emocional.
Aos poucos ele voltou a dizer que me amava, que não abriria mão de mim.
Que jamais se divorciaria, a não ser que eu tomasse essa decisão. A OM
sempre o pressionava para se divorciar e assumi-la. Ele nunca fez isso,
dizia que assumiria a criança com todas as responsabilidades mas que
jamais se casaria com ela pois, ele entendia que Deus jamais abençoaria
aquela união. Nossa, fiquei tão feliz quando fiquei sabendo por uma
pessoa de extrema confiança que meu MT leu a bíblia pra a OM e mostrou
que jamais poderiam ficar juntos, que Deus jamais os abençoaria. Minha
felicidade foi saber que o Senhor já estava tocando no entendimento e na
visão do meu esposo. O Espírito Santo convence o homem do pecado.
Em uma certa tarde, meu MT me chamou para conversar, em casa mesmo, para
resolvermos a situação. Ele disse que não tinha mais nenhum tipo de
relacionamento físico com a OM e que estava pagando as despesas dela e a
ajudando por conta da gravidez. Ele propôs que voltássemos a ser um
casal, porém, que as coisas ficassem como estavam: nossas famílias
sabiam que estávamos juntos, mas diante das amizades dele, do trabalho e
da sociedade, eu continuaria não existindo. Ele alegou que tinha medo
de prejudicar a criança, ou da OM sumir e não permitir com que ele
tivesse contato com a criança. Mais tarde descobri que ela ameaçava meu
MT usando a gravidez. Mesmo triste com aquela situação, eu concordei.
Foi um período horrível, não fazíamos nada juntos, desde ir ao mercado,
até comprar uma pizza, era tudo sozinha.
Por várias vezes me senti humilhada, como se ele tivesse me rebaixando
ao posto de amante e elevando a OM ao posto de esposa. Tive que manter
meus olhos fixos em Deus para vencer a batalha que se travava dentro da
minha mente e do meu coração.
Agora as coisas estão melhores. A criança nasceu e é uma linda menina.
Ele ainda não me assumiu totalmente, mas já fazemos muitas coisas juntos
e voltamos a fazer os programas em família e a frequentar uma igreja
também (deixei ir a minha igreja). Aos poucos as coisas estão voltando
ao seu devido lugar. Estamos planejando as férias de fim de ano, uma
viajem só nós dois. Enfim, estamos fazendo planos para o futuro como uma
família.
Não vou dizer que a restauração foi ou está sendo fácil. Não houve um
pedido de perdão, ou algo extremamente romântico, com flores, estrelas e
lágrimas. Meu MT voltou frio, distante, calado, pouco interessado.
Voltou com os mesmos defeitos de antes e alguns deles ainda piores, mas
creio que aquele que começou a boa obra é fiel e justo para concluí-la.
Tem momentos que a luta é tão grande que a vontade que dá é de
desaparecer sem deixar nenhum tipo de vestígio, mas ai meu Marido
Celestial entra em ação e acalma o meu coração, me tranquiliza, me cura e
me dá forças pra seguir em frente nessa jornada.
O livro "Como Deus pode e vai restaurar seu casamento" foi a forma que
Deus usou para trazer luz e esperança onde só havia trevas e nenhuma
possibilidade de milagre, os encorajamentos, os testemunhos, os cursos, o
livro "Mulher Sábia". Todos os materiais são, no meu entendimento,
direcionado por Deus para restaurar relacionamentos destruídos,
principalmente o nosso relacionamento com o nosso Marido Celestial que é
o Amado das nossas almas.
Não há nada impossível para Deus. Minha situação parecia sem solução.
Havia um filho, o sonho do meu marido e esse filho não era meu, estava
no ventre da OM. Quem sabia da minha história não acreditava em uma
saída, nem que deveria haver perdão da minha parte, pois como muitos me
disseram, o que meu MT fez foi algo imperdoável. Mas o Senhor se moveu
em meu favor e moveu o coração do meu esposo. Ele sequer esperou a
criança nascer para nos reconciliarmos. O Senhor inclinou o coração dele
meses antes para que ninguém tivesse dúvida que foi um milagre e que
esse milagre foi o Todo Poderoso quem operou.
Não desistam da sua família, não abram mão. O perdão custa caro, para
Jesus custou sua própria vida. O preço do perdão pode ser alto demais
para você, mas lembre-se que alguém pagou um valor ainda mais alto para
que você fosse perdoada. Não desista jamais, não abra mão da sua família
para satanás, pelo contrário, a entregue aos pés do nosso Senhor. Ele
tudo pode e Ele vai fazer. E onde era tristeza haverá porção dobrada de
alegria, e onde havia desonra, a dupla honra haverá. Ele é fiel, é o
Deus do impossível.
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Fonte: www.ajudamatrimonial.com
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