Armadilhas de um relacionamento conjugal
Não caia nas armadilhas do relacionamento; aprenda com elas
Quando falamos das armadilhas na vida conjugal, logo podemos pensar
no quanto o outro está armando para nós ciladas ou o quanto é perigoso
relacionar-se. Ainda pior é pensar o quanto podemos estar “pisando em
ovos” pelo simples fato de estarmos em um relacionamento.
Acredito que a primeira coisa que precisamos ter em mente, quando se
entra em um relacionamento conjugal, é que se trata de uma aventura. E
como boa aventura, há inúmeras possibilidades e riscos a se viver, e é
preciso ter disposição para tal empreitada.
Por se tratar de pessoas humanas, logo preciso afirmar que não há
determinismos a se colocar em pauta quando se trata de relacionamento. O
que quero dizer? Quero dizer que, aqui, coloco algumas situações que
podem ser armadilhas no relacionamento ou talvez não; talvez você as
viverá ou não; pois se trata de sua humanidade que é única, e nunca numa
visão determinista de que “será assim”.
Armadilha da idealização
A primeira armadilha que gostaria de falar é a da idealização
Sabe aquela mulher ideal, perfeita, dos seus sonhos? Aquela que você
sonhou desde sempre, que era perfeitinha para você? De voz doce e fala
mansa? Ou, no caso da mulher, sabe aquele príncipe encantado, montado em
um cavalo branco, que chega a tirar seu fôlego? Que bom que você traz
essa idealização de “mulher” e “homem” dentro de si! É isso que o levará
a se apaixonar. Mas quero dizer que isso pode ser uma armadilha, caso
não seja capaz de deixar o ideal para viver e construir junto o real. É a
armadilha de sempre ficar projetando no outro o que você espera dele,
nunca permitindo que Ele seja o que de fato é. O pior é que muitas
pessoas vivem uma vida inteira assim, com eternas cobranças! Vivem o
conto de fadas e se esquecem de encarar a realidade.
Armadilha da história pessoal
Uma segunda armadilha, que pode ser encarada em um relacionamento
conjugal, é a “história pessoal”. Como assim? Minha história pessoal
pode ser uma armadilha? Sim e não. Sim, se essa história não estiver em
processo de integração. O que quero dizer é que quando entramos em um
relacionamento, trazemos conosco, em nossa bagagem existencial, um
arsenal de vivências afetivas. Situações que nos fizeram quem somos,
marcando positiva e negativamente nossa identidade. E é com essa bagagem
existencial que vamos nos relacionar com o outro. Nessa hora, é preciso
muita paciência e vontade de entender cada um a si mesmo, e entender o
outro como um outro.
Por exemplo: talvez a menina tenha, em sua história, um
relacionamento com figuras masculinas (pai, irmão, avó e amigo) mais
rígidas, de desafetos, de palavras inexistentes ou duras. Essas figuras
masculinas moldaram a identidade dessa menina, e na hora de se
relacionar com o rapaz, inevitavelmente sua história (de maneira talvez
inconsciente) dará “cor” ao relacionamento. Talvez, essa cor seja a de
uma identificação e até repetição na forma de olhar para o rapaz com o
qual se relaciona e ver nele como que um reflexo das “figuras
masculinas” que a formou. Tais reações podem ser de cobrança,
insatisfação, frustração etc.
Armadilha da negação
Uma terceira armadilha é a negação de si em prol do outro. Primeiro
quero deixar claro que, quando nos relacionamos com alguém, há uma
necessária negação de algumas realidades em prol do bem comum do
relacionamento. Essa negação é feita por acordos tácitos entre as
partes. Exemplo: se você é extremamente pontual e sua namorada não,
talvez terão de entrar em acordos, e ela terá de negar “sua vida de
atrasos” em prol de seu sorriso; ou talvez você tenha de negar sua
rigidez com horários em prol do sorriso dela. Exemplo tosco, mas que diz
de pequenas negações.
Quando falo da armadilha da negação de si em prol do outro, falo de
uma negação existencial, falo da negação do que em você é essencial, e
isso não é amor. Quando você nega a essência de si mesmo, trilha um
caminho de morte de sentido da vida. E muitos relacionamentos, em vez de
trazer vida, trazem morte para aqueles que se relacionam. Por isso, não
entre nesse caminho de negação de si mesmo, pois se perde com isso sua
definição como mulher/homem de Deus.
Poderia gastar aqui muitas páginas falando de armadilhas no
relacionamento conjugal, mas dessas três você pode ir pensando nas
armadilhas que tem vivido em seu relacionamento particular. Não tenha
medo de se aventurar e superar tais armadilhas, pois o que está em jogo é
sua felicidade.
Texto extraído do site Canção Nova
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