A Infidelidade Conjugal
Texto Áureo: Pv. 6.32 Leitura Bíblica: Pv. 5.1-5; Mt. 5.27,28
INTRODUÇÃO
A infidelidade conjugal é um
sério problema, e que compromete o futuro do casamento. Por isso, a igreja
precisa aprender a lidar biblicamente com essa realidade. Na aula de hoje
trataremos a respeito do conceito bíblico de infidelidade, bem como da sua
abordagem, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Ao final, apresentaremos
encaminhamentos práticos a fim de evitar a infidelidade no casamento.
1. A
INFIDELIDADE CONJUGAL: DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA
A infidelidade conjugal, no
contexto bíblico, diz respeito ao ato sexual de uma pessoa casada com outra que
não é o seu cônjuge. O termo mais específico para a infidelidade conjugal é
adultério, tendo em vista que o ato sexual antes do casamento é reconhecido
como fornicação. A palavra hebraica no Antigo Testamento para adultério é
naaph, que aparecem em dois contextos distintos. No primeiro diz respeito à
violação do relacionamento conjugal em que o esposo ou a esposa tem um
envolvimento sexual com uma terceira parte. Essa palavra ocorre mais de trinta
vezes, principalmente na literatura profética, para se referir ao adultério
moral de Israel, seu distanciamento de Deus (Jr. 2.33; 7.9; 23.14; 29.23; Os. 4.2;
Ml. 3.5). No Novo Testamento, a palavra grega para adultério é moichos,
substantivo associado àqueles que se tornaram culpados em virtude da
infidelidade conjugal (Lc. 18.11; I Co. 6.9; Hb. 13.4). Esse termo também é
usado metaforicamente, para fazer referência às pessoas que traíram a Cristo, e
se envolveram com o mundo (Tg. 4.4). Atrelado a essa palavra encontramos também
o termo grego moicheia, que é o pecado físico do adultério (Mt. 15.19; Mc.
7.21; Jo. 8.3; Gl. 5.19). Na língua portuguesa, a palavra adultério vem do
grego adulterium, que significa dormir em cama alheia. Mas é preciso ter
cuidado para não confundir adultério – moicheia em grego, com imoralidade sexual
– porneia em grego, tem a ver com fornicação, ou qualquer tipo de imoralidade
sexual (Mt. 5.32).
2. A
INFIDELIDADE CONJUGAL NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO
O adultério era terminantemente
proibido no Antigo Testamento (Dt. 5.18), mais especificamente no Decálogo (Ex.
5.18). O pecado da infidelidade conjugal, ou mais precisamente, do adultério,
era tão grave que a punição deveria ser com a morte (Lv. 20.10; Dt. 22.22). A
recomendação rabínica era que a morte deveria acontecer por estrangulamento.
Nos tempos de Jesus, a
punição se dava por apedrejamento, e que os culpados deveriam ser pegos no ato
do pecado (Jo. 8.5). O adultério era tido como um crime horrendo no Antigo
Pacto (Jó. 31.11), por isso os profetas advertiram o povo de Israel quanto ao
envolvimento nesse tipo de pecado (Pv. 2.17). O profeta Natan repreendeu o rei
Davi por causa do seu pecado de adultério, seguido de homicídio (II Sm.
12.7), o qual orou a Deus,
suplicando perdão (Sl. 51). Os livros sapienciais, com maior propriedade o de
Provérbios, trazem instruções a fim de que o homem não se envolva em pecado de
adultério (Pv. 6.29-32). A gravidade do adultério é percebida também na Bíblia
porque esse pecado justifica o divórcio (Dt. 24.1; Mt. 19.9). Isso porque o
adultério compromete os laços conjugais (I Co. 6.15-17; Hb. 13.4) concretizados
no enlace matrimonial (Gn. 2.24). Para Jesus,
o ato do adultério vai além do contato dos corpos, o olhar desejoso de um homem
para um mulher, cometeu pecado em seu coração (Mt. 5.28). A prática constante
do adultério pode resultar em apostasia, provocando esfriamento espiritual, e
distanciando a pessoa de Cristo (I Co. 6.9,10). O caso de adultério – ou
infidelidade conjugal – de Davi, anteriormente mencionado, revela algumas
lições: 1) ninguém está imune à tentação, qualquer pessoa pode cair em
adultério, até mesmo um guerreiro como Davi (I Sm. 18.7-8; I Co. 10.12); 2) o
melhor é permanecer no local planejado por Deus,
não se distanciar dos Seus desígnios (I Sm. 11.1); 3) não se deve alimentar
pensamentos pecaminosos, que incitem à concretização do adultério (II Sm.
11.2-5; I Co. 6.18); 4) não adianta acobertar o pecado da infidelidade, é
preciso buscar arrependimento, e voltar-se para Deus (II Sm. 11.6-13); e 5) Nem tudo está
perdido, Deus perdoa o pecado de adultério, e tem
poder para restaurar o espírito quebrantado (I Co. 6.11; II Co. 5.17).
3.
RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS PARA EVITAR A INFIDELIDADE CONJUGAL
Os cristãos estão sujeitos à
infidelidade conjugal, por isso, devem fazer todo o possível para não caírem nesse
pecado. As pessoas são diferentes, algumas delas são mais propensas à
infidelidade conjugal, essas devem ter cuidado redobrado, estarem atentos aos
seus limites (I Co. 10.12). O esposo deve permanecer ciente do seu compromisso
com sua esposa, e deve tratá-la com amor, como Cristo se sacrificou pela Sua
igreja (Ef. 5.25). É preciso estar atento às fragilidades emocionais, muitos
casos de infidelidade conjugal acontecem porque um dos cônjuges se encontra
emocionalmente fragilizado. Por isso, quando precisar de aconselhamento, não
conte sua situação para uma pessoa do sexo oposto, mesmo que seja um colega de
trabalho, ou da igreja. Mais importante que isso, antes de se envolver em um
ato de infidelidade conjugal, calcule as consequências, geralmente são desastrosas,
principalmente para a vida espiritual (Ap. 22.15). O marido e a esposa têm
responsabilidades conjugais no casamento, inclusive em relação ao sexo. O
relacionamento sexual, dentro do casamento, deve ser uma prática constante (I
Co. 7.5). A partir do livro de Provérbios, que apresenta recomendações práticas
a fim de evitar o adultério, extraímos alguns conselhos, particularmente com
base em Pv. 2.16,17: 1) Não se entregar às palavras lisonjeias, essa orientação
serve tanto aos homens quanto às mulheres, pois a infidelidade conjugal começa
com o uso de expressões elogiosas (Pv. 2.16), os lábios que conduzem ao
adultério são perniciosos (Pv. 5.3; 6.24; 7.5, 21,23); 2) Não se esqueça de que
você é alguém comprometido, tanto com Deus quanto com seu cônjuge (Pv. 2.17). Os
cônjuges, mesmo geograficamente distantes, estão unidos através dos laços
conjugais. O marido ou mulher não podem trocar as carícias de amor, por
aqueles oferecidos nas ruas, ou outros ambientes pecaminosos (Pv. 7.10-12); 3)
Os cônjuges não estão ligados apenas por um contrato, mas por uma aliança, cujo
fundamento é a Palavra de Deus (Pv. 2.17). O elo que firma essa
aliança é o amor (Fp. 1.9), que deve ser cultivado no casamento cristão, e não
pode ser rompido pelo fogo destruidor do adultério.
CONCLUSÃO
A infidelidade conjugal tem
causado muitos estragos nos relacionamentos, até mesmo entre os cristãos. É
preciso estar atento aos perigos do adultério, suas consequências são
desastrosas para a vida do casal, inclusive para os filhos. Marido e mulher
devem investir na relação, inclusive sexualmente, evitando, assim, a
fragilização que pode conduzir ao pecado. Acima de tudo deve prevalecer o
amor-agape, que se sacrifica, e motiva à obediência (Jo. 14.21).
BIBLIOGRAFIA
HUGHES, K., HUGHES, B. Disciplinas da família cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
SOARES, E. Casamento, divórcio e sexo à luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
BIBLIOGRAFIA
HUGHES, K., HUGHES, B. Disciplinas da família cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
SOARES, E. Casamento, divórcio e sexo à luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
Autor: Prof. José Roberto A. Barbosa
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