Uma mensagem de esperança quanto tudo está mal
Por Maurício Zágari
em "O fim do sofrimento"
O que devemos fazer quando tudo está mal? Por mais estranho
que soe, o caminho é fazer o contrário do que dá vontade. Como assim?
Viver o evangelho é nadar contra a correnteza. Logo, quando a vontade é
reclamar, a proposta da cruz é: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois
esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1Ts 5.18). Devemos sempre
ler a Bíblia com atenção nos menores detalhes. No caso, leve em conta a palavra
todas. Se a questão é dar graças em todas as circunstâncias,
o que Paulo nos ensina é que devemos ser gratos a Deus também quando
as coisas vão mal.
Estranho, não é? Mas, se pararmos para pensar, o evangelho é mesmo um pouco
“esquisito”. Deus se fazendo homem? O Criador se voluntariando para sofrer por
quem não merece? O Todo-poderoso perdoando assassinos, ladrões e corruptos?
Quem entende? Contudo, quando refletimos em que “Deus age em todas as coisas
para o bem daqueles que o amam” (Rm 8.28), começamos a perceber que, mesmo
quando as circunstâncias são más, tudo visa ao nosso bem.
“[Deus] faz coisas grandiosas, acima do nosso entendimento” (Jó 37.5). Acima do
nosso entendimento, por exemplo, está o fato de que as tribulações podem gerar
benefícios. O apóstolo Paulo diz que não nos gloriamos somente na esperança da
glória de Deus, “mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a
tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o
caráter aprovado, esperança” (Rm 5.3-4). Ou seja, quando tudo vai mal, Deus
está fazendo crescer em nós perseverança, caráter aprovado e esperança. É o que
diz a Bíblia.
Mas o que podemos fazer enquanto tudo vai mal? É o próprio Paulo quem
nos diz: “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação,
perseverem na oração” (Rm 12.12). A paciência é um dos segredos. E “paciência”,
nas acepções do dicionário, é: a) a capacidade de tolerar contrariedades,
dissabores, infelicidades; b) o sossego com que se espera uma coisa desejada. Assim, o cristão que tem fé demonstra tolerância com os problemas, permanece
sossegado na adversidade e espera pacientemente Deus decretar o fim do período
de provações.
Se a atitude do cristão é fazer o contrário do que dá vontade, logo, na pobreza
devemos doar. Na tristeza, louvar. No choro, agradecer. No sofrimento, adorar.
Na decepção com o próximo, amar. E, sempre, com uma certeza:
"Tudo isso é para o bem de vocês, para que a
graça, que está alcançando um número cada vez maior de pessoas, faça que
transbordem as ações de graças para a glória de Deus. Por isso não desanimamos.
Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo
renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão
produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim,
fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê
é transitório, mas o que não se vê é eterno." (2Coríntios 4.15-18)
Fazemos festas surpresas para quem amamos, damos presentes
fora de datas especiais para entes queridos, deixamos bilhetinhos carinhosos
para nosso cônjuge. Eles não sabem que serão surpreendidos. Mas nós sabemos.
Deus também gosta de nos fazer surpresas. E elas virão. Hoje, tudo vai mal.
Amanhã, a surpresa nos espera. Ainda que o futuro esteja acima de nosso
entendimento, confiamos que Deus fará coisas grandiosas, que atuam para o nosso
bem. Pois “olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que
Deus preparou para aqueles que o amam” (1Co 2.9).
Texto extraído do site: http://www.mundocristao.com.br/conteudo/568
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